Nas últimas semanas a rotina do produtor rural e engenheiro agrônomo, Thomás Traldi Chiari, tem sido agitada, devido principalmente a finalização da compra dos insumos para o próximo plantio de soja, em meados de setembro. Ele que ainda contabiliza e comemora os resultados da safra passada, a melhor dos últimos tempos da fazenda São José e também uma das mais altas da região, com a média geral de 72 sacas por hectare. Vale ressaltar que houveram áreas que atingiram quase 100 sacas por hectare, praticamente o dobro da média nacional de 50 sacas/ha.
Mesmo sendo o melhor resultado já alcançado pela propriedade, ele sabe que é arriscado apostar todas as fichas apenas em uma cultura, diante do sobe e desce do mercado e por isso sua estratégia de produção é por meio de multicultivos. “Depender apenas de uma cultura é muito perigoso, seja por questões de mercado ou de clima. Aqui se um cultivo vai mal, os outros equilibram a conta e no final temos mais segurança e estabilidade”, ressalta.
O calendário agrícola na São José é bem aferido. A propriedade começa o ano plantando tomate e feijão nas áreas irrigadas, e também um pouco de campo de semente de milho. Após a colheita, em meados de maio, retorna com o feijão, milho doce e na sequência a soja. De acordo com Chiari, essa estratégia de uma produção diversificada funciona bem principalmente pela localização da cidade de Morrinhos.
O município fica em uma região de fácil escoamento para cidades importantes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e também Brasília. Além disso, há muitas indústrias nos entornos que absorvem a produção. “Estamos situados numa região de localização muito estratégica. A cidade tem também uma altitude que varia de 700 até 850 metros, excelente para estes tipos de cultivos e também tem água relativamente em abundância”, cita o produtor.
Tecnologia na produção
Além da estratégia bem definida, a São José também se destaca por sua tecnologia embarcada. A fazenda utiliza a irrigação por pivô central em boa parte da área, isso proporciona mais segurança principalmente nos meses de forte estiagem. Além disso, garante que as plantas vão receber água na quantidade ideal e no momento certo evitando-se assim problemas como estresse hídrico.
Outro segredo da fazenda está em suas plantadeiras. Isso porque há vários anos a propriedade só utiliza o kit Apollo, formado por discos e anéis. As soluções são disponibilizadas pela J.Assy, empresa especialista em soluções tecnológicas para o agronegócio. Os Discos Apollo além de possibilitarem plantar diferentes variedades de sementes de soja do mercado, possuem tecnologia patenteada RampFlow, uma rampa com pequenas estrias em cada furação que ajuda a eliminar sementes duplas e falhas no plantio e ainda diminui o atrito da semente e sua quebra dentro do dosador.
Somado a isso, os Discos Apollo da J.Assy para soja possuem também a tecnologia Coneflow. Com o diâmetro de saída do disco, maior que o de entrada, a semente quando entra na furação do dosador sai muito mais fácil e não fica presa no disco. Isso vai melhorar a distribuição no solo e vai causar menos dano mecânico. Com essa tecnologia a semente sai por gravidade, melhorando sua germinação, qualidade e vigor no plantio.
A parceria entre a São José e a J.Assy vem de muitos anos. De acordo com Chiari, logo que compraram as primeiras plantadeiras para fazer o plantio direto eles trocaram o kit original das máquinas e substituíram pela solução da J.Assy. “Os discos Apollo melhoraram bastante a eficiência da distribuição. Foi nessa época que a empresa começou a se destacar na região e todos os produtores fizeram essa mudança e assim foram ganhando mercado”, lembra.
Satisfeitos com os resultados dos discos, a fazenda passou a utilizar também as outras soluções disponibilizadas pela J.Assy, como o dosador pneumático Selenium. O produto desenvolvido no Brasil foi pensado para as lavouras de soja, garantindo o melhor espaçamento de sementes, mas também pode ser utilizado na semeadura no milho, algodão, feijão e sorgo. O equipamento é muito eficiente na distribuição de sementes, pois possui um kit exclusivo para cada cultura e não necessita de regulagem, facilitando o manuseio e troca dos kits (foi fabricado para que possa ser manuseado apenas com uma mão). Além disso, possui visor para acompanhar o plantio.
Segundo Chiari, a escolha pelo Selenium foi por seu alto desempenho em várias safras seguidas. A fazenda que utiliza apenas uma marca de plantadeira percebeu que o dosador que vinha original da fabricante era bom, porém, após duas ou três safras, ele perdia qualidade comprometendo a eficiência do plantio. “Na minha análise o grande gargalo era que para o equipamento original da máquina funcionar bem era necessário parar a operação para realizar manutenções. “Quando se trabalha com várias máquinas fica complicado ficar parando para conferir e ajustar. Já com o Selenium já utilizamos em mais de 6 mil hectares e o equipamento continua com o mesmo desempenho, sem perder eficiência de produção”, finaliza.
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