A 4ª revolução agrícola, ou agricultura 4.0, é o nome do movimento dentro do setor que faz uso de novas tecnologias para aumentar a produtividade, reduzir custos e gerar benefícios ao agricultor e ao meio-ambiente.
Segundo o Supervisor de Marketing de Produtos da J.Assy, João Santos, com essa revolução as tecnologias para plantio ganharão muito mais espaço: “O uso de sistemas inteligentes com capacidade de automação agrícola, sensoriamento remoto, internet das coisas, software e eletrônica, proporcionam a melhor gestão das operações e tomada de decisões mais assertivas, resultando no aumento da produtividade.”
Entre outros benefícios já citados, o uso dessa gama de tecnologias proporciona também o monitoramento das operações agrícolas, a identificação de pragas no solo, sustentabilidade e diminuição de impactos ambientais, além de proporcionar menos desperdício.
O crescente aumento de tecnologias em campo
Entre os anos de 1975 e 2017, a produção de grãos cresceu mais de seis vezes, e foi de 38 milhões de toneladas para 236 milhões, enquanto que a área utilizada para plantio apenas dobrou. Isso ocorreu pela evolução do rendimento médio das lavouras durante o período, com destaques para o trigo, que aumentou em 346%, para o arroz, que aumentou em 317%, e para o milho, que aumentou o seu rendimento em 270%.
O que foi essencial para esta crescente e colocou o Brasil como um dos principais países exportadores de grãos, foram os avanços da ciência e tecnologia, que através de estudos desenvolveram técnicas como o melhoramento genético de sementes, correção e adubação de solos, produção de fertilizantes cada vez mais eficientes, mecanização de máquinas, plantio direto, sucessão de até três cultivos anuais na mesma área, entre outras.
A projeção para os próximos anos, considerando que hoje cerca de 23% da área rural brasileira não conta com acesso à internet, é a de que a Agricultura 4.0, juntamente com o 5G, irão promover uma verdadeira revolução nos campos, automatizando cada vez mais os processos e fazendo uso de máquinas inteligentes.
6 ferramentas que fazem parte da agricultura 4.0
Para compactuar com a 4ª revolução agrícola, o produtor deve ter em mente que um investimento significativo é necessário, uma vez que o valor de ferramentas essenciais para este modelo de produção costuma ser alto devido às tecnologias embutidas nos mesmos.
Na prática, alguns materiais que se fazem presentes nas fazendas de quem já adotou a agricultura 4.0 são:
- Drones, que podem fazer a avaliação da saúde das plantações, identificando pragas e doenças como a quantidade necessária de irrigação que o cultivo precisa;
- Impressoras 3D, que podem imprimir uma peça necessária para reposição, além de ferramentas necessárias no campo;
- Mapeamento de fertilidade do solo, que faz a identificação de áreas pobres do solo e as fertiliza proporcionando equilíbrio na plantação;
- GPS (Sistema de Posicionamento Global), que auxilia no sistema de piloto automático das máquinas e reduz a sobreposição de insumos;
- Radares meteorológicos, que possibilitam um prévio planejamento do plantio e previnem riscos na produção;
- Aplicativos de agricultura digital, que são capazes de realizar diversas funções da palma da mão do produtor, como processamento de imagens de satélites, gestão de estoque, comercialização de grãos, mapeamento do solo, entre outras.
Outras revoluções pelas quais a agricultura já passou
Agricultura 1.0
Esse modelo de produção, com baixos recursos tecnológicos, era um meio de subsistência onde o agricultor cultivava pensando em produzir o suficiente para a sobrevivência de sua família, e durou por muitos séculos até meados dos anos 50.
Agricultura 2.0
Junto à necessidade da produção em escala surge a 2ª revolução agrícola, que passa a substituir o uso de animais por máquinas nos campos e perdura até os anos 80.
Agricultura 3.0
No início de 1990, com o surgimento de tecnologias como o GPS, o melhor gerenciamento dos plantios aumentou significativamente a produção e caracterizou a agricultura 3.0, que durou até o ano de 2010.
Agricultura 4.0
Desde 2010 estamos na 4ª revolução agrícola, que tal como já dito anteriormente, tem como forte característica o uso em massa de tecnologias que otimizam as produções e geram menos gastos.